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O que os bancos não querem que você saiba sobre o mercado de câmbio
Você provavelmente já ouviu falar de ‘Spread Bancário’ ou ‘Spread Cambial’
Você provavelmente já ouviu falar de ‘Spread Bancário’ ou ‘Spread Cambial’. Basicamente trata-se do custo pago pela moeda estrangeira no ato do fechamento de câmbio, esse valor é embutido na cotação do dólar ou qualquer outra moeda estrangeira, tornando sua cobrança na maioria das vezes imperceptível, pois acaba por ser um custo não contabilizado, sem sequer um comprovante de pagamento.
No Brasil, segundo dados do Banco Central, apenas 6 bancos são responsáveis por 65% das operações de câmbio comercial e financeiro do país. Por conta dessa concentração bancária, é evidente que somente as grandes empresas conseguem taxas mais justas, enquanto as pequenas e médias chegam a gastar até 10 vezes mais com spreads. O grande problema desta concentração bancária é que o mercado de câmbio deixa de ser justo e competitivo, tornando-se um oligopólio sem precedentes, onde poucos “players” ditam quanto vale seu dinheiro, enquanto lucram confortavelmente com estas transações financeiras.
Fica bastante claro que o mercado de câmbio tem muito que evoluir no Brasil, principalmente quando se trata de transmitir os preços com maior transparência. A boa notícia é que cada vez mais novas startups estão surgindo com tecnologias disruptivas, que buscam tanto melhorar a experiência, quanto promover soluções para gerar economia aos seus usuários.
Um exemplo disso é o transferbank, a fintech de transações internacionais identificou essa dor do mercado e resolveu apostar na inovação para solucioná-lo, baseando-se em três pilares: Economia, possibilitada por uma plataforma digital capaz de automatizar os processos e reduzir os custos operacionais, que são repassados em benefício aos clientes; Melhor experiência, visando mais transparência, controle e autonomia; E por último, um atendimento qualificado e imediato, capaz de auxiliar desde dúvidas básicas até demandas mais robustas.
Mas no que isso afeta as empresas?
Este problema prejudica empresas de todo o Brasil, refletindo diretamente no custo. Vejamos, por exemplo, um exportador que possui volume médio anual de U$ 4.000.000,00 (quatro milhões de dólares) e paga em média R$ 0,02 (dois centavos abaixo do comercial), vai ter seu custo anual em R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).
Agora imagine uma redução de 50% desse gasto, esta empresa poderia contratar - no mínimo - dois novos colaboradores e expandir seus negócios, aumentando inclusive sua produção ou ampliando suas margens, afinal, ainda assim as instituições financeiras estariam lucrando R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) desta empresa, o que já não seria um valor baixo.
Há cenários ainda piores, onde os clientes informam que esse spread é variável e que não sabem ao certo quanto pagam ao banco em cada transação.
Por que os bancos não reduzem esse custo?
Na maioria das vezes, não é conveniente para as grandes instituições financeiras sacrificar uma parte de sua receita pensando no benefício coletivo, ao menos até onde as pessoas sabem, nenhum banco aderiu a um novo método de cobrança, a ponto de tomar esta atitude sem haver algum benefício próprio de curto prazo.
Mas, vale a reflexão, se para uma empresa a redução do custo bancário aplicado no spread poderia refletir na geração de novos empregos e maior produtividade ou então aumento de margens, pense o que essa redução pode trazer para as outras milhares de empresas que dependem de transações internacionais? Quantos empregos poderiam ser gerados e qual seria o impacto direto para a sociedade como um todo?
Diante de um cenário tão confortável e lucrativo como esse, você acha que os bancos têm algum interesse em deixar de ocultar o “ponto cego”, expondo os valores de spreads cambiais que cobram dos clientes? A resposta, nós já sabemos.
*Luiz Felipe Bazzo é CEO do transferbank, uma das principais soluções de pagamentos e recebimentos internacionais do Brasil. Um dos fundadores do transferbank, uma das 15 maiores corretoras de câmbio do Brasil, o executivo já trabalhou em multinacionais como Volvo Group e BHS. Além disso, criou startups de diferentes iniciativas e mercados tendo atuado no Founder Institute, incubadora de empresas americanas com sede no Vale do Silício. O executivo morou e estudou na Noruega e México e formou-se em administração de empresas pela FAE Centro Universitário, de Curitiba (PR), e pós-graduado em finanças empresariais pela Universidade Positivo.