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"O menor caminho entre sua empresa e o Sucesso"

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"O menor caminho entre sua empresa e o Sucesso"

BC atua, mas dólar bate maior cotação ante o real desde 2009

O dólar fechou em alta de 0,60%, a R$ 2,339, maior nível desde 11 de março, quando terminou em R$ 2,351.

O dólar e os juros futuros voltaram a marcar alta na quinta-feira, puxados por uma disparada nos yields dos Treasuries, diante do aumento das apostas de que o banco central americano promoverá uma redução de liquidez já em setembro. No fim do dia, o apetite pela moeda americana e pelos DIs teve algum alívio, mas não o suficiente para impedir uma forte alta desses ativos no fechamento.

O dólar fechou em alta de 0,60%, a R$ 2,339, maior nível desde 11 de março, quando terminou em R$ 2,351. O contrato de DI para janeiro de 2015 terminou em 10,05%, ante 10,02% no ajuste da véspera.

Segundo operadores, a demanda pela moeda americana veio principalmente de estrangeiros, que ampliaram a busca por "hedge" no mercado futuro após o leilão de swap do BC ter tido seu impacto restrito à manhã.

"Sem o vendedor do mercado, que é o BC, não tem como o dólar cair", afirma o operador de câmbio de um banco.

No leilão, que representou a primeira intervenção do BC em quase uma semana, foi vendida toda a oferta de até 40 mil contratos de swap cambial. O volume financeiro alcançou R$ 1,982 bilhão.

Para analistas, apesar de os mais de US$ 34 bilhões em swaps cambiais tradicionais vendidos pelo BC até agora não terem impedido que o dólar subisse mais de 17% desde o fim de maio, esse instrumento deve continuar sendo utilizado pela autoridade monetária para oferecer hedge e conter especulação no câmbio. Nesse sentido, o BC deve continuar fazendo intervenções sem previsibilidade, desarmando posições especulativas.

O diretor de câmbio do Banco Rendimento, Carlos Eduardo Tavares, reconhece que essa estratégia pode gerar um aumento da volatilidade num espaço mais curto de tempo, mas avalia que tende a reduzir o vaivém dos preços no médio e longo prazos.

"Quando fica muito claro o ponto em que o BC atua, isso vira um prato cheio para quem quer ganhar dinheiro fácil. Quem é penalizado com isso é o agente menor, que precisa da liquidez na hora. Quando esse ponto de intervenção fica mais pulverizado, você tem menos margem para especular e o mercado é obrigado a se ajustar por si só", diz Tavares.

Apesar do fluxo negativo desde junho (- US$ 5,173 bilhões), alguns indicadores técnicos também não mostram uma necessidade urgente de utilização de outros instrumento, como a venda de dólares diretamente no mercado à vista. Um deles é o cupom cambial. Considerado um "termômetro" da liquidez em dólar (ou das expectativas para ela), a taxa do Forward Rate Agreement (FRA) negociado na BM&F terminou ontem em 1,28% ao ano, não muito longe da média mensal desde dezembro de 2011, de 1,23%.

O especialista em câmbio de uma gestora avalia que, enquanto o cupom cambial não subir consistentemente, não há motivos para o Banco Central "gastar" reservas. "Se houver uma "pancada" de 100 pontos-base no cupom, aí a história muda. Claramente isso mostraria uma corrida por dólar físico", afirma.

Segundo ele, mesmo uma eventual virada de mão na posição cambial dos bancos, de comprada para vendida, só passaria a preocupar caso essas posições se aproximassem dos US$ 10 bilhões. "Ainda tem muito chão até lá. Uma posição abaixo de US$ 10 bilhões é gerenciável. A questão é que, se o fluxo continuar mês após mês negativo, esse número vai ser alcançado em algum momento e aí o BC teria que usar as reservas sob risco de o mercado ficar disfuncional."

O economista-chefe do Rabobank Brasil, Robério Costa, também não vê no momento uma corrida por dólares que justifique uma injeção direta de moeda no mercado. Mas, dada a expectativa de deterioração do fluxo, ele não descarta que o BC seja levado a fazer leilões no "spot" (à vista). "Até o fim do ano, a sazonalidade não vai ajudar. É um período tipicamente de fluxo mais fraco e basta que as saídas vistas desde junho se repitam para que tenhamos um ano de fluxo zerado", afirma. Costa considera esse cenário "bem provável" também porque o Federal Reserve (Fed, BC americano) vai confirmar a redução das suas compras de ativos até dezembro.