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"O menor caminho entre sua empresa e o Sucesso"

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Qual é a diferença entre poupar e investir?

Qual é a diferença entre poupar e investir? Houve um período em que André Ferreira, 35, se considerava "um devedor". Depois de muito se informar sobre finanças pessoais – e o essencial, aprender a lidar com elas – tornou-se "um equilibrado". Hoje, se considera "um investidor" – e com direito a projeções de longo prazo, que vislumbram o complemento da aposentadoria para garantir um futuro tranquilo.

A trajetória do gerente comercial sinaliza como a mudança de hábitos e atitudes altera de forma positiva aspectos da vida financeira, ao passar obrigatoriamente pela etapa de aprender a guardar – e depois começar a "fazer o dinheiro trabalhar para você".

A frase de Aline Rebelo, coordenadora do site Investmania, ajuda a entender as diferenças entre as duas e como aproveitá-las melhor. "Quando você poupa, guarda recursos. Mas não ganha nada em cima: é como deixar dinheiro no colchão ou na caixa de sapatos. Mas quando se destina esse dinheiro a algum tipo de aplicação que remunere ou pague juros, aí sim está investindo. Ou seja, guardando de forma inteligente".

Conrado Navarro, sócio-fundador do site Dinheirama.com e autor do livro "Dinheiro é um santo remédio", tem opinião semelhante. Para ele, poupar é a opção de viver com menos do que se ganha, e daí associar pequenos objetivos à necessidade de juntar dinheiro no curto prazo (até um ano) para não passar apuros. Já investir é a decisão de querer multiplicar o patrimônio para, no futuro, gerar mais renda e ter mais qualidade de vida. "Investir é colocar o capital para trabalhar por seus sonhos", diz.

Reinaldo Domingos, educador financeiro e presidente da DSOP Educação Financeira, vai além. Para ele, poupar é reter, proteger ou guardar o dinheiro. "E o que eu retive, protegi, guardei, coloco para rentabilizar. Isso é investir". Mas, em sua opinião, poupar é mais importante, pois é o que permite investir. "É passar pelo processo de guardar com consciência de ter sonhos já definidos. Em resumo: poupar é ter um agente motivador para isso".

Sem mágica – Tudo isso define a trajetória de André. Deslumbrado com o cartão de crédito no passado, passou pelas complicações comuns a quem perde o controle: em pouco tempo, viu o limite estourar, ficou com débito alto, passou a pagar o mínimo até... decidir buscar ajuda (no caso, no DSOP). Após renegociar a dívida, passou a separar parte dos rendimentos para emergências ou gastos importantes – agora bem planejados – que fossem a curto prazo.

"Eu e minha esposa compramos nosso apartamento na planta, daqueles só 'paredes e portas' sabe?", diverte-se. "Pesquisamos quanto gastaríamos para colocar adicionais e decorar, e montamos uma poupança conjunta para guardar dinheiro até o apartamento sair." Resultado: três anos depois, compraram tudo à vista, com desconto de quase 40% do valor estimado no início. E aproveitaram para incrementar a decoração. "Hoje me considero 'equilibrado' nesse sentido porque entendi a cultura de primeiro guardar e só depois fazer o que quero. Parece mágica, mas não é", garante.

Mas há uma lacuna entre as duas atitudes, segundo os especialistas: a (falta de) educação financeira. Navarro, do Dinheirama, afirma, que essa lacuna é essencialmente mental, pois, uma vez poupador, pode-se viver um padrão de vida sustentável – apesar da tendência de pensar e planejar a curto prazo, ou da comodidade de viver a vida financeira no "piloto automático". "A família se dá por satisfeita se dinheiro não é sinônimo de problemas, e ignora conversas e decisões sobre finanças para não 'dar sopa para o azar'".

Por sua vez, Aline, do Investmania, afirma que o brasileiro não tem hábito de investir por não ter essa cultura. "Há até dados estatísticos que mostram que muitos assinam contratos de empréstimo sem nem saber os juros por não terem informações sobre finanças. E isso é essencial em tempos de inflação alta como hoje, que corrói o valor do dinheiro e gera perdas".

Já Domingos, do DSOP, diz que as pessoas financiam por não terem hábito de poupar rendendo juros para investir depois em ativos. Ou seja, pulam o primeiro passo, que é tirar dinheiro do giro, e seguem sem saber o quanto guardar para sonhos de curto, médio e longo prazo. "A vantagem de optar por uma coisa ou outra é ter equilíbrio. Não adianta 'guardar por guardar', 'investir por investir'. Ou pior, consumir tudo e ficar na insustentabilidade financeira".

Transição ideal – Para fazer a transição, o presidente do DSOP orienta que, a primeira coisa é discutir projetos de vida com a família. E aí sim avaliar de onde tirar dinheiro e, dentro do "exagero mensal", reduzir o que faz o padrão de vida ficar além do permitido. "Não pode ser mero corte de despesas, mas o hábito de sempre falar de orçamento, de ver o quanto cada um recebe e o que pode tirar para aplicar", afirma.

Para Aline, num primeiro momento pode dar trabalho se dedicar à busca de informações confiáveis. E para facilitar para o futuro investidor, há sites que ajudam na pesquisa (como o próprio Investmania, que é gratuito). "Muitos têm medo de investir por falta de conhecimento. Mas há aplicações mais seguras e conservadoras, e mecanismos que as protegem, como o Fundo Garantidor – o que é uma vantagem".

Mas não existe hora certa para poupar, nem para investir: segundo Navarro, o ideal é mudar os hábitos. E começar com objetivos que sejam alimentados todo mês. Como exemplos práticos, ele cita ter dinheiro para pagar IPVA sem parcelar (curto prazo); fazer uma viagem com a família (médio) ou comprar a casa própria (longo). "O grande perigo das finanças pessoais é ficar na zona de conforto. Mas a principal vantagem de investir é que permite alcançar sonhos de maneira estruturada e saudável".

Movido pelo estímulo –

E aqui, mais uma vez, André mostra que foi um bom aluno: depois de se tornar "um equilibrado", decidiu que era hora de investir. Se informou bastante, e descobriu que seu perfil é conservador: "Não quero perder dinheiro de novo!", diz. Mas para fugir do convencional, optou pelo Tesouro Direto, que rende mais que a poupança, é de baixo risco ("o único risco é precisar tirar antes do vencimento", ensina), além de permitir as movimentações pela internet.

"Foi uma ótima pedida para fazer o meu fundo de previdência privada. Comprei títulos com taxas de juros bem legais e vencimentos até 2025... Se for interessante, até lá posso até fazer análises para reaplicar – e render mais". Mas André garante: se o mais difícil, a princípio, é se disciplinar para guardar os 10% mensais, basta avaliar as vantagens futuras. "Nem é preciso ser expert em economia para enxergar: o estímulo move tudo", finaliza.

Quatro dicas para aplicar corretamente

E para quem já está na fase de investir? No âmbito das finanças pessoais, a principal vantagem de tomar essa atitude é permitir alcançar sonhos de maneira estruturada e saudável, afirma Conrado Navarro, sócio-fundador do site Dinheirama.com. Mas para quem decidir trilhar pelo caminho de investimentos como o mercado de ações, fundos e outros, o especialista cita quatro hábitos importantes para começar – e se manter – como um investidor bem sucedido. O primeiro deles é "investidor de sucesso investe todo mês". De acordo com Navarro, qualquer hábito que se preze se baseia em ações constantes, realizadas de forma quase automática e sempre respeitadas. "Nessa linha, investir todo mês é a primeira decisão sensata que se deve tomar. Mas é preciso acabar com aquela história de investir sempre que 'sobrar um dinheiro'", explica. 

O segundo é "investidor de sucesso gerencia o risco". Se a expressão "gestão de risco" pode assustar à primeira vista, ela não significa nada mais do que simplesmente ter e respeitar uma estratégia. "Pense em seu dinheiro e suas aplicações em termos práticos, e associe suas decisões a objetivos claros. Ou seja, tenha diversos objetivos – e use diversas modalidades de investimentos", orienta. Já o terceiro é "investidor de sucesso tem uma reserva para oportunidades": na opinião de Navarro, só aproveita a baixa no preço de ativos quem tem capital para investir neles nos momentos de baixa. "O investidor inteligente tem sempre uma grande parte de seu patrimônio em ativos de baixo risco, e os utiliza para aumentar suas posições nessas oportunidades". 

Por último, uma dica técnica: "investidor de sucesso balanceia periodicamente sua carteira de investimentos". A ideia, segundo Navarro, é colocar "ordem na casa", realocando investimentos de maneira que a carteira respeite a composição desejada e definida pelo investidor conforme o seu perfil. "Essa é uma pausa que deve ser feita a cada seis meses – ou corre-se o risco de ver as variações tomarem proporções preocupantes", alerta.